Como Kant resolve essa contradição?
Kant acredita que o belo é objeto da complacência independente de interesse, fundamentada em faculdades de conhecimento. Portanto, para que um indivíduo contemple o belo universal e objetivo, é necessário que o mesmo experimente uma satisfação pura e desinteressada (complacente) ao deparar-se com um objeto, a partir de uma simples reflexão. Contudo, a contradição citada no enunciado reside no fato de que tal sensação é limitada ao indivíduo, portanto calcada em um juízo particular.
Kant procura resolver a questão tratando da “comunicabilidade do juízo de gosto”. Esta comunicabilidade pressupõe que o agradável pode ter unanimidade sob regras gerais empíricas:
“Em qualquer um, este prazer necessariamente tem que assentar sobre idênticas proporções, porque elas são condições subjetivas da possibilidade de um conhecimento em geral, e a proporção destas faculdades de conhecimento, que é requerida para o gosto, também é requerida para o são e comum entendimento que se pode pressupor em qualquer um. Justamente por isso também aquele que julga com gosto pode imputar a qualquer outro a conformidade a fins subjetiva, isto é, a sua complacência no objeto, a admitir o seu sentimento como universalmente comunicável e na verdade sem mediação de conceitos.”
A comunicabilidade da sensação de prazer particular do belo indica a universalidade de tal beleza. Esta comunicabilidade depende de fatores como "uma proporção das faculdades de conhecimento requeridas para o gosto, que se pode pressupor em qualquer um". Quando experimento uma "satisfação complacente" ao observar um objeto, presumo que todos os que possuem "faculdades de conhecimento requeridas para o gosto" sintam o mesmo, tornando tal beleza universalmente comunicável e objetiva.
Twittaria se coubesse num tweet ---> "A comunicabilidade da sensação de prazer subjetiva e particular do belo indica a universalidade de tal beleza. Através desta comunicabilidade, quando julgo que algo é belo (sensação particular), procuro que o universo reconheça que o que acontece comigo acontece com qualquer um. A habilidade de comunicar tal sensação de forma eficiente confere universalidade ao meu juízo de gosto."
ResponderExcluirAcabei mudando essa parte depois de ler de novo, 6 anos depois. Lembro que na época o professor disse que essa não era a resposta "certa". Acho que agora entendi melhor.
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